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Obras De Misericórdia São A Identidade Das Santas Casas

As Santas Casas da Misericórdia são das instituições mais antigas de bem-fazer, tendo em Portugal uma presença e implantação marcada por mais de 500 anos de História, o que retrata bem a sua longevidade, apesar dos inúmeros “percalços” que este género de organizações sofreu ao longo dos tempos.

Sendo Instituições de Igreja, e não da Igreja, têm na sua génese os valores do Humanismo Cristão e refletem uma vertente ecuménica resultado da sua presença em diversos pontos do Mundo, posicionamento e dispersão geográfica a que não foi alheia a epopeia dos descobrimentos portugueses.

No entanto, alguns aspetos são cruciais para a identidade das Misericórdias Portuguesas, muito para além da sua ligação à História de Portugal.
Neste caso, falar de Misericórdias é falar, indubitavelmente, das catorze Obras de Misericórdia que ganharam novo relevo depois do Ano Jubilar da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, o qual recomendou a realização destas Obras.

As Obras de Misericórdia são pois, ações por meio das quais ajudamos o nosso próximo, quer nas suas necessidades corporais, quer nas espirituais.
Foi através das Obra de Misericórdia que as Santas Casas formataram a sua ação social, desenvolvendo diversos equipamentos e respostas vocacionadas para diversos públicos, na perspetiva de satisfação das necessidades dos mesmos, assumindo na atualidade um papel crucial na intervenção junto das comunidades locais, das quais imanam e para as quais trabalham.

Não é pois de estranhar que, ao longo de séculos, as Misericórdias tenham dinamizado serviços no campo da saúde, através de hospitais com diversas valências e especialidades.
Mais recentemente, muitas delas, passaram a integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, para além do desenvolvimento de respostas vocacionadas para os mais velhos, com Lares de Idosos (ERPI), Centros de Dia, Serviços de Apoio Domiciliário e, para os mais jovens, Creches, Centros de Atividades e Tempos Livres, Escolas, etc.
De igual modo, prestam serviços no âmbito do apoio à população deficiente, com Lares Residenciais, Centro de Atividades Ocupacionais, entre outras respostas sociais.
Para efetivar parte desta extensa atividade, desenvolvem ainda, outras componentes no âmbito da Economia social, como farmácias, caixas económicas, atividades agrícola, florestal e pecuária, etc, o que permite angariar receitas para a promoção dos seus fins principais. Neste caso, ajudar o próximo.

Contudo, o pilar da existência das Misericórdias reside na procura constante da concretização das Obras de Misericórdia, sendo este o traço comum na ação destas instituições, permitindo-lhes assumirem-se como entidades parceiras do Estado, complementando a ação deste, na medida em que este se assume como entidade que busca o bem-estar do cidadão.

Implicando o bem-estar do cidadão, de igual modo, a satisfação das Obras de Misericórdia, pois estas, em algum momento, correspondem e confluem com um conjunto de direitos preconizados pelo próprio Estado, torna-se natural a parceria entre Santas Casas e Estado, mesmo que a identidade de cada um seja distinta.

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Obras de Misericórdia Corporais:

Dar de comer a quem tem fome;
Dar de beber a quem tem sede;
Vestir os nus;
Dar pousada aos peregrinos;
Visitar os enfermos;
Visitar os presos;
Enterrar os mortos;

Obras de Misericórdia Espirituais:

Dar bons conselhos;
Ensinar os ignorantes;
Corrigir os que erram;
Consolar os tristes;
Perdoar as Injúrias;
Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
Rezar a Deus por vivos e defuntos.

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