José Albano Matoso da Câmara da Costa Ventura, mais conhecido por Ventura da Câmara, foi uma figura que marcou a vivência Arganilense nos finais do século XIX e primeira metade do século XX.
Ele foi Administrador do Concelho, Presidente de Câmara, Provedor da Misericórdia, Presidente da Mesa da Assembleia Geral e fundador dos Bombeiros Argus.
Estes são alguns dos principais cargos que desempenhou ao longo da sua vida em Arganil, tendo sido ainda, agraciado pelo Rei D. Carlos com a Comenda da Ordem de Cristo, após a passagem do Monarca, e do Príncipe Herdeiro D. Luís Filipe, pela região em 1907, tendo estabelecido o “Paço Real”, durante três dias, na escola onde hoje funciona a Academia Condessa das Canas.
A ele se ficou a dever, face à proximidade com o Arquiteto Adães Bermudes, mentor do modelo de construções escolares que ficou conhecido pelo seu nome, das construções das escolas de Folques e Arganil.
Estes foram motivos mais do que pertinentes para que, no passado dia 28 de Setembro (dia em que o Dr. Ventura da Câmara veio a ser sepultado – 1947), lhe fosse prestada justa homenagem com a atribuição do seu nome a uma das salas da Academia Condessa das Canas.
A cerimónia, presidida pelo Provedor da Instituição, prof. José Dias Coimbra, contou com a presença do Sr. Presidente da Câmara, Dr. Luís Paulo Costa, Presidentes das Juntas de Freguesia de Arganil e Folques, Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arganil, Dr. Pedro Pereira Alves, bem como da Professora Dr. Assumpta Coimbra e do jornalista e investigador António César Quaresma Ventura.
Coube a este último, apresentar a personalidade evocada, através do relato do seu percurso pessoal, assim como da enumeração do contributo dado ao desenvolvimento local, nomeadamente a preservação e valorização cultural, com destaque para a preservação do Monumento Nacional – a Capela de S. Pedro, conjuntamente com o Comendador Duarte Martins.
Antes da apresentação da personalidade evocada, foi descerrada uma placa alusiva ao mesmo e que marca a sala que passou a ter o seu nome, seguindo-se depois um momento musical da responsabilidade do Maestro José Miguel Marques, bem como da solista Sónia Bandeira, em representação do Orfeon Maestro Alves Coelho.
Também o Professor Doutor Polybio Serra e Silva, em representação dos Antigos Tunos da Universidade de Coimbra, associação da qual fez parte Ventura da Câmara (1888), tocando bandolim, fez questão de marcar presença dando nota da passagem da figura recordada por essa associação estudantil, quando cursou direito.
No final, coube ao grupo de fados liderado pelo Dr. José Castanheira encerrar o evento com uma brilhante atuação.
