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Santa Casa da Misericórdia de Arganil homenageia biólogo Jorge Paiva

A Vice-Reitora da Universidade de Coimbra, Professora Doutora Helena Freitas e o homenageado Professor Doutor Jorge Paiva, no momento em que descerram o cepo que perpetuará o trabalho do Biólogo na defesa da biodiversidade.

Associando-se aos III Encontro(s) Cidadania e Responsabilidade Socio-Ambiental, promovido pelo Centro de Formação da Associação de Escolas Coimbra Interior CFAE), a Santa Casa da Misericórdia de Arganil homenageou, no último sábado, o Prof. Doutor Jorge Paiva.

O nome do Biólogo da Acade­mia Coimbrã fica, desde a tarde do dia 10 de Maio, desta forma, perpetuado na Mata das Misericór­dias, onde foi descerrado um cepo com a inscrição do se nome, e, plantada pelo próprio, uma árvore – “Taxus baccata” (conhecida pelo nome comum de teixo) -, uma es­pécie desde sempre defendida por aquele investigador, mas que, du­rante muitos anos, foi “combatida” por agricultores e pastores, dada a forte toxicidade das suas folhas e sementes. «Uma semente (mais pe­quena do que um grão de milho) é suficiente para matar 10 pessoas», explicou o homenageado.

A cerimónia de homenagem, que decorreu sob um ambiente informal, contou com as presen­ças de ilustres figuras ligadas à Universidade de Coimbra, nomea­damente a Vice-Reitora da Uni­versidade de Coimbra (UC), Pro­fessora Doutora Helena Freitas, e o Professor Doutor Polybio Serra e Silva (autor do livro “Aprender a não ser Velho”, editado com o apoio da “Fundação Memória da Beira Serra – A Comarca de Arga­nil”); dos docentes que participa­ram no III Encontro(s), sob a tutela da directora do CFAE, Professora Doutora Maria Assumpta Coimbra, para além de mesários da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, e ainda os autarcas João Travassos (presidente da Junta de Freguesia de Arganil), e a vereadora Paula Dinis, em representação da Câma­ra Municipal.

Grande defensor da preserva­ção e qualificação da “Mata da Margaraça”, Jorge Paiva ouviu ras­gados elogios ao seu percurso aca­démico e, também, às suas quali­dades humanistas. Disso deu conta a Vice-Reitora da UC: «A melhor homenagem que lhe podem fa­zer é esta. Do contacto directo e quando os seus ensinamentos e as suas preocupações se revelam na continuidade dos seus alunos, e hoje, estão aqui muitos, que dão continuidade ao seu trabalho e à sua esperança», sublinhou Helena Freitas.

A cidadania ambiental e a in­tervenção do Biólogo em prol da conservação da natureza foram outros aspectos abordados pela Vice-Reitora, (…) «valores que ele sempre transmitiu aos seus alunos e não alunos. Não há sítio onde vá que não leve essa mensagem. A mensagem da tolerância em rela­ção à vida, do respeito pela vida», no fundo, a mensagem da bio-di­versidade e da importância que tem a conservação da natureza (…) «para o nosso futuro hoje, e para o futuro, de uma maneira geral, dos seres vivos que vivem connosco e que estão connosco», salientou.

Mais do que o “formalismo”, a amizade que une o Biólogo ao Provedor da Santa Casa da Mise­ricórdia ficou patente. Se, por um lado o objectivo era homenagear o Professor Doutor Jorge Paiva – que teve um papel preponderante na defesa da “Mata da Margaraça” -, este, por sua vez, salientou que esse trabalho, no fundo, ficou a dever-se a José Dias Coimbra, ao tempo presidente da Câmara Mu­nicipal de Arganil. «Nós sem os ou­tros não conseguimos fazer nada», começou por dizer. «Eu nunca te­ria protegido a Mata sem um con­curso. Sem o professor Coimbra, teria sido impossível», disse, ao lembrar os apoios que obteve du­rante os dois anos de trabalho/in­vestigação, por parte da autarquia. «Durante esse período, levámos à Mata todos os alunos de todas as turmas das escolas do concelho», recordou, explicando que, sem a boa vontade da autarquia, os pro­pósitos do trabalho não teriam ob­tido os resultados pretendidos.

«Eu é que quero homenagear o Professor Coimbra, porque, sem o auxílio dele teria sido difícil ou mesmo impossível», vincou o ho­menageado. «Foi uma luta difícil mas, se não fossem os outros, eu não tinha conseguido nada», fri­sou.

Para o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, as pa­lavras do Biólogo foram “exagera­das”: «O senhor é que é o homena­geado», salientou.

“Bungalow” da Misericórdia colocado ao serviço da investigação

Iniciados em Março, os III En­contro(s) Cidadania e Responsa­bilidade Socio-Ambiental, depois de Tábua e Góis, culminaram este sábado em Arganil, na Mata das Misericórdias.

Durante a manhã, os partici­pantes – representando os Agru­pamentos de Escolas de Arganil, Góis, Pampilhosa da Serra, Tábua e Oliveira do Hospital (estes per­tencentes ao CFAE-Coimbra Inte­rior), e também da Lousã, Aveiro, Figueira da Foz e Coimbra – assis­tiram a uma verdadeira aula (ao vivo) de cidadania e responsabili­dade socio-ambiental, dada pelo Professor Doutor Jorge Paiva em plena “Mata da Margaraça”.

Pelas opiniões recolhidas, «valeu a pena”, dis­seram os professores, já que tive­ram uma oportunidade única de estar em contacto com a Natureza na presença de um dos maiores especialista na matéria.

Nos cerca de meia centena de docentes inscritos, encontravam-se dois investigadores estrangei­ros: Ma Yng, de origem chinesa e doutorada pela Universidade de Coimbra; e Tongay Castigo, mo­çambicano, vigilante do Parque Nacional da Gorongoza, e que ao abrigo de intercâmbio com o go­verno de Moçambique, estuda na Universidade de Coimbra.

Com a Mata das Misericórdias por pano de fundo, o Provedor da Santa Casa face às explicações da Vice-Reitora da UC, colocou o “bungalow” existente na insti­tuição (…) «à disposição de qual­quer pessoa que venha a Arganil, sobretudo que venha fazer um es­tudo ou apresentar seja o que for sobre a Mata das Misericórdias», disse.

Com esta medida, o Provedor José Dias Coimbra, à semelhança do que já havia feito meio século antes como presidente da Câma­ra, volta a colocar Arganil (agora à frente da Santa Casa da Mise­ricórdia) como base de apoio à investigação Socio-Ambiental do Município e da região.

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